quinta-feira, 27 de junho de 2013

Frenectomia: o que é isso?

Frenectomia é o nome da cirurgia onde se reduz o freio labial que pode ser superior ou inferior, ou então o freio lingual.
E por que se faz isso?
Muitas vezes o freio labial provoca um espaçamento (diastema) entre os dentes por estar em tamanho aumentado (bem diferente do normal). Muitas pessoas não gostam de ter um diastema, e acham esteticamente feio. Procuram então um cirurgião-dentista para corrigir o problema usando aparelhos ortodônticos.

Não é só diastema que o freio pode provocar. Pode provocar problemas periodontais e o acúmulo de resíduos (quando muito grande) - veja na ilustração freio tipo "E".

 Muitas vezes o ortodontista indica a cirurgia para a remoção do freio, pois a presença de um excesso de freio labial poderá provocar - depois de retirado o aparelho- a nova abertura do diastema.

Nem todo freio provoca diastema, claro... Como foi fito, somente os que possuem inserção bem baixa, entre os incisivos ou as vezes, até além deles.


Na foto pode-se ver um freio do lábio superior que se insere entre os incisivos e provavelmente está provocando o diastema. O ideal  é esperar que os caninos superiores irrupcionem para depois se fazer a cirurgia. 


E como é feita a cirurgia?
É uma cirurgia bem simples, com anestesia local, e feita no consultório. Remove-se a parte do freio que está inserida  próxima aos dentes, fazendo com que a inserção desse freio fique mais longe desse local. Depois sutura-se a região.

Nem sempre a causa de um diastema é a presença de um freio que aparenta estar fora dos padrões de normalidade. Aliás, isso causa muitas controvérsias entre os dentistas. Uns dizem ser necessária a cirurgia e outros não. Eu penso que quando a inserção do freio está muito baixa, quase chegando no palato (céu da boca), não tem jeito. Veja o freio tipo "B".


A cirurgia do freio não significa que o diastema se fechará sozinho. Haverá a necessidade de uso de aparelho ortodôntico ou o aumento da coroa dos incisivos com resina ou facetas para resolver o problema.

Após a cirurgia alimente-se com comida pastosa para não forçar a região. Faça bochechos com solução de clorexidina 0.12% (Periogard), pois esse produto ajudará a  higienizar a região e a cicatrização será mais rápida.
Escove os dentes normalmente, com pasta e fio dental.
Com um cotonete embebido no Periogard procure limpar a região das suturas, pois aí acumula muitos  resíduos. Quanto mais "limpinha" a região, mais rápido será o processo de cicatrização.

Provavelmente seu dentista fará todas essas recomendações e pedirá para você voltar dentro de uma semana para remover a sutura (se não usar sutura reabsorvível) ou para ver como está a cicatrização.
Antes disso fique só no Periogard. É melhor evitar Listerine ou outro produto mais "ardido" para bochechos. Depois de uma semana sinta-se livre para bochechar o que quiser.
Terá que parar com o Periogard, pois mais de quinze dias de uso irá provocar manchas nos seus dentes.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Pastas dentais clareiam os dentes?

Pastas dentais que prometem clareamento clareiam mesmo os dentes?

Se você é do tipo de pessoa que raramente escova os dentes, que vive de refrigerantes, bolachas, salgadinhos (de saquinhos), que nunca passa fio dental, toma café a toda hora,  a resposta é SIM.

Após uma escovação bem feita, qualquer dente fica mais branco!




Mas, hoje em dia o comum é ver comerciais de pastas dentais que prometem sorriso branquíssimo e hálito mais do que puro, o que fará você conquistar em segundos a pessoa mais bonita e interessante do mundo.

E qual a verdade por trás desses cremes dentais branqueadores?


Segundo o jornal da ABO (associação Brasileira de Odontologia), os cremes dentais com essa função apresentam abrasivos que exercem um leve polimento superficial nos dentes, removendo manchas SUPERFICIAIS

Esses produtos devem ser vistos como coadjuvantes na manutenção do efeito clareador conseguido com as técnicas realizadas pelo profissional de Odontologia e não como clareadores.

Um lançamento interessante é um creme dental que possui um efeito instantâneo de branqueamento percebido logo após a escovação. A percepção de um sorriso mais branco acontece pela presença de pigmento azul em sua fórmula, este produz uma espuma que forma um filme sobre os dentes.

Conclusão:
Esses produtos podem sim alterar a cor dos dentes, mas não devemos esperar mudanças expressivas. É importante lembrar que o uso desses produtos deve ser alternado com outros de abrasividade menor, para NÃO agredir a camada de esmalte em longo prazo.


Conselho: Nem pense em usar produtos caseiros para branquear seus dentes, tais como o bicarbonato. Se você escovar os dentes com bicarbonato, irá remover a camada de esmalte.
Limão também causa abrasão.
Esqueça essa ideia!


O melhor: Procure um dentista e faça um polimento, uma profilaxia. Faça um clareamento se desejar. E para manter os resultados, use as pastas dentais branqueadoras.

Baseado no  artigo especial "Clareamento, o cartão de visita da Odontologia", do jornal da ABO* (número 125, p. 8 - maio/junho 2010).
ABO*: Associação Brasileira de Odontologia

terça-feira, 25 de junho de 2013

O dentista pode cobrar a pecinha solta?

Por que os bráquetes (pecinhas) do aparelho soltam? Descolam?
Culpa do dentista?
Culpa do paciente?
Os bráquetes são colados de maneira a serem removidos ao finalizar o tratamento. O material usado para colar o aparelho foi testado, estudado e planejado e quando usado em condições ideais, dificilmente o bráquete soltará.


Quais são as condições ideais?
Na hora da colagem o dente tem que estar limpo e absolutamente seco. Isso faz com que a colagem fique perfeita. A resina usada para colagem também tem que estar dentro de seu prazo de validade.

O que faz um bráquete se soltar?
Vários são os motivos para um bráquete se soltar:
- alimentos duros que exigem esforço de mastigação, tais como amendoins, pipocas, cana, bolachas duras, balas, chicletes, etc.
- mordida cruzada, onde há contato excessivo do dente inferior no superior, fazendo com que a peça se solte,
- mordida profunda, caso que afeta principalmente os dentes anteriores inferiores.

Respondendo as perguntas:
É culpa do paciente ou do dentista?

Sei que você não quer ouvir isso, mas a culpa é geralmente do paciente, que come demais o que não deve...

E o dentista pode cobrar pelas peças soltas?
Pode sim, se isso estiver escrito em contrato.


Trabalho com ortodontia há muitos anos. Já montei muito aparelho fixo. E durante toda a vida clínica, o que se vê é que bráquetes se soltam sempre na mesma pessoa. Há pacientes que ficam o tratamento todo sem soltar nenhuma peça. Outros soltam todo mês... E se marcar consulta semanal, aparecem com um bráquete solto por semana. Um não, podem ser vários.
É previsível... Sempre os mesmos, toda vez...
Será que o dentista não sabe colar bráquetes?
Se o problema fosse o dentista, com certeza todos os pacientes teriam problemas e não apenas o x, o y e o z, como costuma acontecer.
Acredito que há pessoas cuidadosas e outras que não tomam cuidado algum para conservar o aparelho.


E o que fazer nessas situações?
A verdade é que o paciente precisa entender que as consultas de "manutenções" não existem para colar peças que o paciente solta. Elas são necessárias para a evolução do tratamento, para a troca de arcos que devem aumentar de calibre a cada mês.  Quando um bráquete se solta, fica difícil colocar um arco mais calibroso,  muitas vezes tendo que voltar para um mais fininho. Isso atrasa o tratamento.

Afinal de contas, o paciente está pagando  para que seja resolvido seu tratamento ortodôntico e não para ficar consertando aparelho fixo destruído. E o dinheiro que se investe no tratamento não é pouco, portanto tudo tem que ser valorizado. Deve haver colaboração! Afinal, os pacientes não querem retirar o aparelho dentro de 24 a 36 meses?

E o dentista pode cobrar pelo bráquete solto?
Olha, eu penso que tudo tem que ser especificado em contrato. Se no contrato estiver escrito que se deve pagar pelo estrago, está dentro da lei. Não é abuso. Não é errado.
E por que ter medo de pagar por bráquete solto? É muito simples, tome cuidado e procure não soltar nada... 

Se você, paciente, fosse dentista, você veria o quanto é desagradável uma criatura que não colabora, que só critica, que se acha sempre com a razão e que não admite falhar. 
E o quanto é maravilhoso alguém que colabora  e quer realmente ser tratado.



sexta-feira, 21 de junho de 2013

Trabalho de Especialista






Sabe a diferença entre as duas fotos, a inicial e a final?

Essa pessoa passou por um tratamento ortodôntico realizado por um especialista em ortodontia. Antes de realizar o tratamento, providenciou as radiografias necessárias e passou por um tratamento de aproximadamente 24 meses. O tratamento foi bem planejado, sendo que retirou os aparelhos dentro do prazo médio. Ortodontista é o dentista que se especializou em Ortodontia, e para tanto teve que ser aprovado em um exame de seleção e cursar aproximadamente 2000 horas de aula (Um pouco mais de 2 anos de curso), defender uma monografia diante de uma banca examinadora, e finalmente obter um certificado de especialista.
Será que essa  pessoa pagou mais pelo tratamento?

Veja bem, o tratamento durou 24 meses...
Geralmente quando a pessoa paga bem pouquinho, o tratamento dura 4, 5, 6 anos... Dessa forma, quem pagou mais? É só fazer as contas.
Não vale a pena o investimento em um tratamento de qualidade?

terça-feira, 18 de junho de 2013

Eu apoio!


Quanto custa "por aparelho"?



É uma pergunta que ouço constantemente.
Essa pergunta já foi  feita aqui no blog por alguns leitores, por pacientes que vão pessoalmente ao meu consultório sem querer passar pelo exame clínico  e por outros que não querem dar-se ao trabalho sequer de caminhar até ao dentista, fazendo a pergunta apenas por telefone.


Gostaria de lembrar os seguintes detalhes para quem faz essa pergunta:
1.         O valor depende do tipo de aparelho fixo.  Você quer saber o valor do aparelho autoligado, do estético, do lingual  ou do tradicional metálico?
2.         Mesmo que você queira saber somente o valor de um aparelho autoligado, por exemplo, é importante lembrar que há várias marcas comerciais, o que pode determinar o preço,
3.         O valor depende do profissional, da cidade e do estado que você mora,
4.         O valor depende do caso a ser tratado, ou seja, quanto mais complicado for o caso, maiores recursos serão necessários para montar esse aparelho. É necessário que se saiba se há mordida profunda, mordida cruzada, mordida aberta, ausências de dentes... Tudo isso entra no planejamento, portanto há necessidade do exame clínico e da DOCUMENTAÇÃO ORTODÔNTICA do paciente.

Mas o Dr.  Fulano me informou por telefone que ele cobra 10Y de manutenção. Por que você não pode informar?
Talvez o Dr. Fulano tenha algum sistema de telepatia e tenha conseguido ver seu caso clínico por telefone ou sem olhar diretamente na sua boca. Mas eu preciso examinar você  para chegar a um diagnóstico.


Porque o Dr. Fulano cobra 10Y e a Dra Sicrana  cobra 20Y? Ela está me enganando?
 Como eu disse, o valor do aparelho depende  de vários fatores. Dos conhecimentos do profissional que estudou anos, fez curso de especialização e sabe perfeitamente o que está fazendo. Depende dos valores do material gasto no tratamento. Geralmente um tratamento ortodôntico dura em média de 24 a 36 meses.


Tome cuidado com promessas de “aparelhos grátis”, com manutenções baratas. 
Geralmente esse tipo de tratamento tem data para começar mas não tem data para acabar. E tem um contrato onde está escrito que você deverá pagar todos os meses, inclusive os que não comparecer.
Procure dentistas de confiança, onde você já tem referência do trabalho desses profissionais. Nunca procure por preço. O barato pode sair caro.


Mas, quanto é  para colocar aparelho?

O Conselho regional de Odontologia possui em seu código de ética, um parágrafo onde é “proibido divulgar preços”, a fim de evitar a prática de mercantilismo na profissão. Portanto, essa resposta dificilmente você obterá através da web por um C. Dentista. O melhor mesmo é agendar uma visita no consultório e fazer uma avaliação clínica.

Não irá doer nada. Eu te garanto.


quinta-feira, 21 de março de 2013

Como limpar as escovas de dentes?


Tão importante quanto o hábito de escovar os dentes,  deveria ser o hábito de limpar a escova de dentes. O banheiro é o local mais contaminado da casa, e a cada descarga do vaso sanitário, estamos contaminando o ambiente e se a escova de dentes estiver sobre a pia ou outro local desprotegido, ficará contaminada também.  No caso pode estar contaminada por coliformes fecais e até vermes, que chegam até a escova através das gotículas de água lançadas no ambiente durante a descarga.  

Um dos cuidados fundamentais seria a descarga do vaso sempre com a tampa fechada e a sua limpeza constante com água sanitária.

 Outro fator importante seria sempre guardar a escova após a escovação dos dentes dentro de um armário, ou caso não se tenha, usar sempre um protetor de plástico  nas escovas.

Antes de escovar os dentes faça um bochecho com água para retirar os resíduos maiores que podem estar entre os dentes. Isso evita que fiquem presos na escova e entrem em putrefação.

Após a escovação, a escova deve ser muito bem lavada com água corrente. Não enxugue em toalhas que estão no banheiro, pois podem estar contaminadas também. Procure apenas retirar o excesso de água batendo o cabo da escova na pia.

Borrife a escova com uma solução de clorexidina a 0.12%. Você pode mandar fazer em farmácias de manipulação e colocar naqueles frascos pequenos que cabeleireiras  usam para borrifar água nos cabelos. E borrifar essa solução nas escovas após lavá-las abundantemente com água.

Desinfetar as escovar é essencial. Elas podem trazer guardados vírus de herpes, de hepatite, bactérias de problemas gengivais e da cárie. Também coliformes fecais e vermes, dependendo de onde se encontram.

Se você tem herpes, a desinfecção da escova com clorexidina 0,12% ajudará que a lesão regrida logo. Também ajudará no tratamento e prevenção de doenças periodontais e gengivais.

As escovas devem ser trocadas em um período de 2-3 meses, aproximadamente. Os usuários de aparelhos fixos devem trocá-las com frequência maior, pois as peças do aparelho fixo tendem a destruir as cerdas mais rapidamente.

Compartilhar escovas de dente é contra-indicado. Você pode contaminar a outra pessoa que a usar, ou vice-versa.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Como cuidar do meu aparelho removível?

Aparelho removível é aquele - como o próprio nome diz - pode ser retirado da boca. São muitíssimos os modelos e várias as indicações. Podem ser confeccionados com resinas coloridas, com os símbolos do time do coração, com o nome da pessoa...

Geralmente são usados por crianças, pessoas em fase de crescimento (ortopédicos) e existe o famoso aparelho removível de contenção.

Quando se tira o aparelho fixo, depois de um longo tempo de tratamento, é necessário colocar aparelho removível de contenção. Para que os dentes "não voltem" ao que eram antes. Não se pode simplesmente tirar o fixo e ficar sem nada...

E como cuidar do aparelho removível?

Em primeiro lugar, é importante lembrar que esse aparelho deve ser escovado com escova e pasta de dentes cuidadosamente para que não provoque mau hálito. Nunca coloque o aparelho sem escovar na boca, pois resíduos de alimentos no aparelho podem provocar cáries, descalcificações (manchas brancas) e  -acredite se quiser - o tártaro pode se formar e "grudar" no seu aparelho.

Nunca coloque o aparelho sem escovar também os dentes... Cáries e descalcificações podem se formar.

Nunca deixe o aparelho secar. Se for ficar um tempo longo sem usar, deixe (após escovado) dentro de um copo com água limpa. Para tirar o cheiro de saliva, acrescente um pouco de bicarbonato de sódio na água. Se ficar muito tempo fora da água ou da boca ele resseca e a resina distorce.

Quando se fica muito tempo sem usar o aparelho removível de contenção, corre-se o risco dele não servir mais, por causa da movimentação dentária. Se você ficar 24, 48 horas  sem usar, provavelmente terá dificuldade em colocar o aparelho novamente. E provavelmente os dentes ficarão doloridos. Isso porque ocorreu movimentação.

Procure usar pelo menos 20 h por dia e deixe dentro da caixinha caso tenha que tirar para comer algo. Jamais embrulhe em guardanapos.

Não mexa nos grampos, achando que pode "apertar" sozinho o aparelho. Isso pode fazer o aparelho se quebrar.

O sucesso do tratamento e a boa conservação do aparelho dependem de você!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O que é aparelho autoligado?

Aparelho autoligado é aquele no qual as próprias "pecinhas" (bráquetes) possuem um clipe que prende o fio a própria peça. Ou seja, esse clipe do bráquete exerce a função da famosa borrachinha colorida. O aparelho autoligado não usa a borrachinha colorida para prender o fio ao bráquete.


Informe-se também lendo:    http://ortodontiaearte.blogspot.com.br/2014/08/entendendo-o-aparelho-autoligado.html



Foi descoberto que a "borrachinha colorida" era uma espécie de obstáculo à movimentação dentária, ou seja ela oferecia um certo atrito, fricção... O autoligado então apareceu para melhorar a movimentação dos dentes.

É verdade que o tratamento termina mais rapidamente?
Sim... Se houver colaboração por parte do paciente e o dentista dominar a técnica. Não pense que aparelho autoligado é só colocar que ele resolve tudo sozinho. É necessário atenção e cuidados. As peças podem soltar ao comer algo duro, o arco pode sobrar lá atrás e furar a boca...

As consultas podem ser mais demoradas?
Sim, o intervalo entre uma consulta e outra pode ser de um a dois meses. Mas o ideal é um bom acompanhamento, pelo menos de 40 em 40 dias para ver se tudo vai bem, tal como escovação, movimentações dentárias, se está tudo conforme o planejado.

Dói menos?
Como o atrito é menor, dói um pouco menos. Mas não é do jeito que você imagina.

Custa mais caro?
Como se trata de um tipo de tratamento um pouco mais sofisticado, custa um pouco mais caro. O aparelho e as manutenções.

É verdade que junta menos resíduos em volta dele?
É verdade. Isso porque não há as borrachinhas (anel elástico de ligadura), que acumulam muitos resíduos. Mas há de se tomar muito cuidado com a escovação, pois os resíduos acumulam em volta das peças e se a escovação for ruim, ocorre a descalcificação (manchas brancas).

É verdade que o aparelho autoligado evita extrair dentes?
Esse tipo de aparelho provoca uma certa expansão na arcada dentária. Há casos em que essa expansão resolve o problema de espaço. Mas há casos que não, e há necessidade de se extrair dentes. Aparelho autoligado não faz mágicas. O ortodontista tem que pensar na saúde dos dentes e das gengivas.

O caso do paciente é planejado na documentação ortodôntica, com avaliação dos espaços necessários para alinhamento dos dentes e análise do perfil ósseo e mole (fotos). Não seria indicado uma expansão violenta no arco, para acomodar todos os dentes e evitar extrações. Isso comprometeria o perfil da pessoa. Além do que expansões demasiadas nos arcos não possuem estabilidade (ou seja, há possibilidade de voltar a ser tudo como era antes, depois de tirar o aparelho).

Não pense que esse tipo de aparelho é milagroso. É muito semelhante ao tradicional, que usa as borrachinhas. Pode sair, espetar, machucar. Tem que comer alimentos leves. Tem que escovar com cuidado, usar fio dental. Existem os bráquetes metálicos e os estéticos.

O que nivela os dentes é o fio e não o bráquete. Se o bráquete não for colocado na posição correta, pode "entortar" o dente. Os fios usados atualmente e que aceleram o tratamento são os de níquel -titânio e os termo ativados.

O tratamento termina um pouco mais rápido que o tradicional, por não haver atrito. Mas a colaboração do paciente  continua sendo o fator mais importante.

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Pessoal, esse texto acima foi publicado originalmente no "Ortodontia é Arte" em 16/01/13. Já vi muitas cópias esparramadas por aí, sem direitos autorais.

Eu gostaria de acrescentar que num  artigo publicado pela Revista Dental Press de Ortodontia Clínica, vol 12, n.6, de dez 2013-jan 2014,  concluiu-se que "há falta de comprovação científica de que o tratamento ortodôntico torna-se mais rápido ao se usar bráquetes autoligáveis, sendo essa informação apenas uma forma deselegante de angariar clientes."

"O uso desse bráquete deve ser visto com cautela pelos profissionais e pacientes devido a falta de comprovação científica em longo prazo que afirme suas possíveis vantagens."

Concluindo, é o que eu sempre digo: aparelho autoligável NÃO É MILAGROSO! 

(Texto acrescentado em 27/03/2014)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A beleza dos dentes "tortos"

Yaeba significa "dente duplo" em japonês. Nós, ortodontistas do mundo ocidental, trabalhamos para dar para nossos pacientes o melhor da tecnologia  odontológica, dentes "retos", e um sorriso branco e alinhado.

No japão, está na moda o YAEBA, que é a característica de ter os caninos salientes, dando um "efeito vampiro" para o paciente, ou mais precisamente, um "efeito crepúsculo"... Deve ser devido ao sucesso da série Crepúsculo e do seu vampiro.

Parece que os japoneses acham as garotas com caninos salientes "mais felinas" e mais atraentes que as que possuem todos os dentes certinhos. Há inclusive celebridades japonesas  com yaeba.

Inacreditável é que existe agora um consultório odontológico em Tóquio, especializado em "entortar" dentes e criar  o efeito yaeba.  Pode ser colado sobre os caninos um outro "canino" de resina, para que ele fique bem saliente, dando à paciente (geralmente quem procura pelo serviço são mulheres) a aparência de vampirinhas.




Baseado em:      http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=2138

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Saúde bucal X Diabete

Você sabia que quanto melhor a saúde bucal do diabético, melhor será o controle da glicemia?

O que é diabete? 
Diabete Melito é uma síndrome metabólica devido a um problema na produção de insulina pelo organismo (pâncreas). Pode ser uma deficiência na produção ou mesmo a ausência da produção de insulina, o que causa metabolismo anormal de lipídeos (gorduras), carboidratos (arroz, p. ex) e proteínas (carne, p. ex).

O Diabete Melito é uma doença que tem aumentado  (e muito) ultimamente.  Isso pode ser devido ao aumento da população, com maior urbanização, facilidade para comprar produtos industrializados ( bolachas, bolos, doces), com aumento da obesidade e também sedentarismo.  Hoje há facilidade para o tratamento no serviço público, o que garante maior sobrevida para os portadores de diabete.

O sistema de saúde tem então um gasto muito alto com a doença, visto ser ela crônica e necessitar de mediação contínua. os portadores de diabete apresentam um maior risco de morte prematura devido as doenças cardíacas, acidentes cerebrovasculares (AVC), e doenças vasculares periféricas. Há outras complicações como a neuropatia diabética, insuficiência renal e cegueira. Tudo isso contribui para a incapacidade e limitação ao trabalho.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Associação Americana de Diabetes (AAD) classificam a doença em 4 tipos:
a. Diabete Melito tipo 1
b. Diabete Melito tipo 2
c. Diabete Melito Gestacional (aquele que acontece na gravidez)
d. outros tipos de diabete.


a} Diabete tipo 1 - Há destruição das células do nosso organismo responsáveis pela fabricação de insulina, que ficam no pâncreas. Geralmente esse tipo de diabete é observada em crianças, adolescentes e também em alguns adultos. 

b) Diabete tipo 2 - Há um defeito na secreção de insulina. A maioria desses pacientes apresenta sobrepeso e obesidade, o que geralmente causa algum grau de resistência a insulina. Também apresentam histórico familiar e/ou diabete gestacional além de serem portadores de hipertensão arterial e dislepidemia.
 O diagnóstico geralmete é feito a partir dos 40 anos ( mas pode aparecer em qualquer idade). Esses indivíduos podem necessitar de insulina para haver o controle metabólico ou uma dieta adequada. Ou os dois.

Há dois testes de laboratório para se saber como anda a glicemia:
1) Testes de glicemia - aqueles testes comuns, onde se faz a retirada do sangue e há necessidade de ficar em jejum. E glicemia pós-prandial, que é o exame de glicemia 1 h após o almoço. Mostra a glicemia atual do paciente.

2) hemoglobina glicada (HbA1c ou A1c) - nesse teste   podemos ver a glicemia média nos últimos 2-4 meses, ou seja, podemos ter uma ideia se estava sob controle ou não.  É um instrumento de prognóstico  para complicações crônicas. Os níveis de glicemia devem estar por volta de 6,5 a 7%, que seria o limite aceitável para se dizer que o diabete está controlado.

O que previne o controle de glicemia?
- doença renal crônica
- aterosclerose
- retinopatia diabética
- doença cardiovascular
- doença periodontal

Sim, isso mesmo, doença periodontal!

Pacientes com diabete melito possuem maior prevalência com muito mais severidade de doença periodontal, quando não estão fazendo corretamente o controle de glicemia.

O que é doença periodontal?  Inflamação gengival, sangramento, tártaro, perda de tecido ósseo e mau hálito.
O tratamento periodontal deve ser muito bem realizado em indivíduos portadores de diabete. Deve ser feita a remoção mecânica (raspagem) supra e sub gengival do biofilme (ou placa bacteriana) e cálculo dental ( tártaro). A higiene oral deve ser devidamente explicada para que seja evitado o acúmulo de placa bacteriana que é o que causa problemas periodontais, gengivais e cárie.

Geralmente a boa higiene bucal do diabético também garante efeito benéfico no controle da glicemia.

Recentes estudos garantiram que há melhoras nas taxas de glicemia após tratamento periodontal!

Dentistas e médicos deveriam associar-se no cuidado das pessoas diabéticas.

Receita de Brigadeiro - 1

Você acha que ortodontista não come brigadeiro? Ou que quem usa aparelho não come brigadeiro? está enganado...

Vou passar aqui uma receita exótica  de brigadeiro de mandioca. Aliás, existem várias maneiras de se fazer brigadeiro, essa é apenas a primeira que estou passando para vocês.


 
Ingredientes necessários para o Brigadeiro de Mandioca:

2 colheres (sopa) de margarina ou manteiga
15 colheres de sopa de açúcar cristal
1 xícara (chá) de leite em pó bem cheia
3 colheres (sopa) de Nescau ou Toddy
chocolate granulado para passar depois
1 ½ xícara de chá de mandioca bem cozida e amassada. Retirar todos os fiapinhos. Tem que ser bem coziada mesmo e bem amassadinha para o brigadeiro ficar gostoso

 
 
Prepare da seguinte maneira:
Coloque a margarina na panela, em fogo médio. Junte a mandioca cozida e amassada e mexa bem. Acrescente o leite em pó, o açúcar e o chocolate. Continue mexendo por cerca de oito minutos, até a massa começar a desgrudar do fundo da panela. Espere esfriar para enrolar e passar no chocolate granulado.
 
 
 
 Para depois   do brigadeiro:
Escova macia, pasta dental, fio dental e passa fio (se você usar aparelho ortodôntico fixo). Escove bem, com movimentos de cima para baixo e de baixo para cima. Passe o fio e faça bochechos vigorosos com água. Não se esqueça que aparelho fixo retém muita placa bacteriana e que todos os problemas começam com essa bendita placa: cárie, inflamação gengival e doença periodontal.
 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Engoli um bráquete!

Engoli um bráquete (pecinha) do meu aparelho fixo. E agora?

Os bráquetes (pecinhas) do aparelho fixo são bem pequenas, não possuem pontas que perfuram e muitas vezes são engolidas pelos pacientes. Principalmente por aqueles que costumam comer de tudo, alimentos que exigem grandes esforços da mastigação, e grandes quantidades de alimentos. Eventualmente um bráquete pode sair, misturar-se com os alimentos e ser deglutido.

Pode ficar tranquilo, esse braquete irá passar normalmente por seu trato digestivo e será eliminado no devido tempo.Não precisa fazer drama, isso pode acontecer com qualquer um.  Há até uma comunidade do Orkut chamada "Eu engoli um bráquete".

Se engolir elásticos, pode ficar tranquilo que também sairá normalmente.

E se eu engolir uma banda (anel metálico)?
Acho meio difícil visto que o tamanho da banda por sí só será identificado ao mastigar. Mas caso isso aconteça, também será eliminado normalmente.

E se eu engolir um aparelho removível dormindo?
Não há a menor possibilidade de se engolir um aparelho removível, devido ao tamanho. Esse aparelho deverá ficar bem firme na sua boca. Se estiver meio solto, pode ter certeza de que cairá na sua cama na hora de dormir. Você não corre risco de engolir... 

À menos que esteja bêbado e pense que o aparelho removível é um bife! Rsrs!
 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Aparelho fixo de enfeite

Já me fizeram essa pergunta no consultório algumas vezes e outras  vezes lendo as perguntas do Yahoo Respostas me deparei com a mesma pergunta:



Tem jeito de colocar aparelho fixo só de enfeite?



Muitas vezes a pessoa quer colocar um aparelho fixo porque vai a uma festa ou porque quer aparecer para "alguém". Confesso que não sei as razões psicológicas verdadeiras que originam essa vontade.
Mas o que se passa pela cabeça dessa pessoa? Colar os bráquetes nos dentes superiores (claro!), escolher uma cor vibrante de ligadura, e sair por aí, com um sorriso de orelha a orelha, dizendo para o mundo: "Estou de aparelho fixo"?

Aparelho fixo não é enfeite, é tratamento.
Imagino que você não engessaria sua perna só de enfeite.

Para colocar um aparelho fixo é necessário antes de tudo ter um problema ortodôntico.
E se você tiver um problema ortodôntico, é necessário ir ao ortodontista, que pedirá uma documentação ortodôntica para planejar seu caso. Só então poderá colocar o aparelho.

Mas por que não pode colar só umas pecinhas?


Porque há necessidade de planejamento para o tratamento. Veja bem, aparelho fixo é tratamento e não enfeite.
Você não pode ficar de aparelho fixo sem a manutenção feita pelo dentista. Há possibilidade de acúmulo de placa bacteriana que poderá descalcificar seus dentes, formando manchas brancas. As ligaduras elásticas (borrachinhas coloridas) acumulam muitos resíduos, pelo fato de serem material elástico. Pode haver inflamação gengival, tártaro, sangramento, pus, cárie e até perda dentária,.. Isso sem contar com o mau hálito.
E se sair uma pecinha (bráquete), quem irá colar novamente? E se virar uma bagunça, parecendo uma casa em demolição, como é que fica?

Olha, meu amigo...
Desiste dessa ideia. Não pense em colar aparelho de enfeite, que não fará bem para sua saúde bucal.

Ah, mas eu tenho certeza que se eu procurar um dentista que faça isso, eu vou encontrar.

Claro que vai. Nessa vida tudo que se procura acha... E vai achar mais para a frente todos aqueles problemas bucais que falei.

Eu posso colocar o aparelho e sumir do dentista...

Pois é... Alguns espertinhos acham que isso é uma boa ideia. Se você colocar o aparelho para que ele fique apenas de enfeite e sumir do dentista, você irá sumir só do dentista, porque os problemas gengivais, mau hálito, sangramentos, irão achar você, onde quer que esteja.


Se você realmente possui problemas dentários que requerem o uso de aparelho ortodôntico, faça o tratamento corretamente. Seus dentes irão agradecer. E a sua saúde também.
Fique esperto!


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Mordida Aberta

O que é mordida aberta? Quais as causas?
A mordida aberta é a deficiência de contato entre dentes superiores e inferiores, ou seja, os dentes superiores não se encontram com os inferiores. Pode ser na região anterior ou posterior. Pode estar presente na dentição de leite, mista (dentes de leite mais permanentes) ou na dentição permanente.

 As causas são várias, tais como a presença de hábitos -chupeta, mamadeira, sucção de dedo, sucção de objetos estranhos (fraldas, cobertores), roer unhas, pode ser hereditária, devido à respiração bucal, tamanho da língua, presença de síndromes, problemas neurológicos, etc.

 Como é feito o tratamento?
Geralmente é feito com tratamento ortodôntico e tratamento fonoaudiológico. O tratamento ortodôntico é necessário para que aconteça o alinhamento dos dentes e o tratamento fonoaudiológico para que a criança ( ou o adulto) aprendam a posicionar corretamente a língua durante a fala e deglutição.

Quando criança, deverão ser usados aparelhos removíveis comuns ou ortopédicos. Nos adultos o uso deverá ser de aparelhos fixos. No caso da mordida aberta ser provocada por hábitos (chupeta, mamadeira, sucção digital), o hábito deverá ser removido para que se feche a mordida. No caso de crianças até 4 anos mais ou menos, quando a mordida aberta é provocada pelo uso de chupeta/mamadeira, ao se remover o hábito geralmente a mordida se fecha sozinha, mas geralmente tende a se cruzar na região posterior.

Amamentação materna prolongada também provoca mordida aberta, o mesmo acontecendo com o uso prolongado de chupeta ortodôntica. Se você acha que o seu  filho tem mordida aberta, procure um odontopediatra para que seja feito o diagnóstico o mais rápido possível, e também o tratamento o mais rápido possível. Como eu disse, algumas mordidas abertas se fecham sem auxílio de aparelhos, apenas removendo-se o hábito.


Algumas mordidas abertas são mais complicadas. São as mordidas abertas esqueléticas. A mordida aberta esquelética geralmente é acompanhada de uma face longa no adulto. É aquela criança que passou a infância toda com mordida aberta, que possui na família outros parentes com mordida aberta também, e acaba evoluindo para um adulto com mordida aberta esquelética (geralmente hereditário). Bem diferente da mordida aberta apenas dental, pois se nota que ao fechar a boca, a pessoa possui apenas os dentes posteriores "encostando".

http://www.ortociso.com.br/arquivos/33-vanda-aparecida-antes-41410118_g.jpg    
Qual o tratamento da mordida aberta esquelética? Geralmente é orto-cirúrgico. Ou seja, há necessidade de se passar por um tratamento ortodôntico previamente à cirurgia, e estar de aparelho durante a cirurgia.
Mordida aberta antes (caso tratado com cirurgia)

A mesma mordida aberta da foto anterior, após a cirurgia. Ambas as fotos retiradas do site: http://www.ortognatica.com.br/IMAGENS/aberta-depois.jpg



Como a mordida aberta esquelética é devida a um problema esquelético , dificilmente será corrigida apenas com o uso de aparelhos. Quem dará o diagnóstico final será o ortodontista, após examinar a telerradiografia, modelos e aspectos clínicos.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Gap Teeth (Diastema)

Pois é, o diastema entrou na moda.

No caso diastema entre os incisivos centrais superiores (espaço entre os dentes).

 LindseyWixson, Lara Stone e Georgia May Jagger são algumas das modelos mais famosas da atualidade que possuem diastema, ou como chamam no mundo da moda, GAP TEETH.


Leia mais sobre diastemas em: http://ortodontiaearte.blogspot.com.br/2012/07/diastemas.html  e http://ortodontiaearte.blogspot.com.br/2012/08/como-fechar-um-diastema.html




Evolução dos dentes de leite

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Qual cor de "borrachinha" eu ponho?

Qual cor de "borrachinha" eu ponho?

Esse parece ser um grande desafio nas consultas do paciente que usa aparelho fixo. Mas, afinal, para que servem essas borrachinhas? Só para deixar o aparelho colorido? Para enfeitar o aparelho?  Para deixar o paciente contente?
Nada disso...
Essas "borrachinhas" são chamadas de ligaduras. São ligaduras elásticas, cuja função é ligar o bráquete ao arco do aparelho do paciente. Isso provoca o movimento do dente para a posição desejada.  São importantíssimas no tratamento.
As técnicas que usam o bráquete "smart clip" não usam ligaduras para esse fim, pois o próprio bráquete tem o clip que "serve de ligadura".
Existem em várias cores. Cores claras e escuras. E para quem não gosta de nada colorido, existe o cinza, que praticamente não aparece. Há ligaduras em formato de florzinha, imitando orelhas do Mickey...

Nesses anos todos de clínica ortodôntica percebi que dependendo da cor a ligadura tem menos resistência, ela parece mais frágil e tende algumas vezes a se partir. Ainda tenho que pesquisar mais sobre isso, mas tenho observado bastante.


As cores claras mancham com mais facilidade e isso está diretamente relacionado ao tipo de alimentação do paciente. Salgadinhos que são vendidos em saquinhos, tipo Ruffles, Fandangos, possuem um pigmento amarelo que mancha (e muito!) não só as ligaduras como os dentes. 

O famoso "Miojo" que os adolescentes tanto gostam de comer quando o aparelho fixo é ativado, também provoca manchas, não o macarrão, mas o tempero que vem no saquinho. Refrigerantes  com pigmentos - Coca Cola, Fanta Laranja, Fanta Uva - também possuem grande quantidade de pigmentos, assim como o café e chocolates em excesso.

Portanto, se quer que seus dentes fiquem com aparência mais branca e que as ligaduras (borrachinhas) fiquem com uma cor bonita por mais tempo, evite grande consumo de coisas que possuem muito pigmento. E capriche na escovação e fio dental, conforme ensinado pelo seu dentista.
Pastas de dente com pigmento verde  também mancham.

Para as meninas um aviso: cuidado ao passar batom. O pigmento do batom pode manchar as ligaduras.

Visite a postagem "Tabelas de Cores para borrachinhas"  http://ortodontiaearte.blogspot.com.br/2014/07/tabelas-de-cores-das-borrachinhas.html

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Bruxismo

Entende-se por bruxismo o hábito parafuncional de ranger os dentes. Uma vez que nessas circunstâncias eles estão submetidos - assim como a estrutura ósseo e as articulações - a forças de intensidade muito superior  às exercidas durante a mastigação, caso não seja tratado adequadamente, o fenômeno pode ser responsável não só pelo desgaste ou fratura dos dentes  e/ou próteses, mas também por lesões do periodonto (tecidos que sustentam o dente), dores faciais e na região fronto-temporal. O bruxismo é também apontado como importante fator na etiologia da Disfunção Temporomandibular (DTM), provocando dores principalmente nos músculos da mastigação.


Qual a causa do bruxismo?
Muitas são as causas.  Fatores anatômicos, fisiológicos, neuromusculares e psicológicos. No caso dos fatores psicológicos, a literatura especializada aponta para o estresse do dia a dia, ou ao estresse provocado por qualquer tipo de problemas.


Há algum tempo os clínicos têm percebido um aumento na incidência dos relatos do ranger de dentes, nos levando a supor que - não sendo provável alguma alteração biológica que predisponha o ser humano, hoje mais do que ontem, ao quadro - deve haver na cultura contemporânea algo que exponha excessivamente o indivíduo comum a essa resposta. 

Derivado da palavra grega brychein que significa triturar ou ranger os dentes, o termo bruxismo foi utilizado pela primeira vez em 1907, por Marie e Pietkiewicz como la bruxomanie. 
Mas o sofrimento a que se refere é bíblico: "Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o às trevas exteriores. Ali haverá pranto e ranger de dentes".

A associação do bruxismo ao martírio e ao sofrimento mental é, então, muito antiga, possivelmente tão antiga quanto o medo, pressuposto indissociável do contato com as trevas. 
Temos então que buscar aquilo que aflige o ser humano, frente ao que se veja de pés e mãos atados, numa experiência de desamparo, buscando dar nome a essas trevas, sejam exteriores, como propunha Mateus (do Evangelho), ou internas, como objetos de indagações.

Todas as pessoas, em alguma etapa de sua existência, rangem os dentes.  A ocorrência de bruxismo noturno durante a vida de um paciente é altamente variável, relacionando-se com "eventos marcantes ou com períodos emocional ou fisicamente difíceis"


Considera-se que o bruxismo é muito dependente do estresse, e alguns indivíduos reagem ao estresse cm níveis mais elevados de tensão nos músculos da mastigação.  Alguns estudiosos do assunto dizem que o estresse diário mais o problema dentário (maloclusão) se refletem na atividade dos músculos durante o sono. Geralmente a ansiedade está associada ao bruxismo.

Diagnóstico
Como diagnosticar o bruxismo?
Geralmente  a maioria dos pacientes não se queixa de ter bruxismo, e alguns nem sabem que têm.  Geralmente o barulho noturno é notado por parte de alguém, que partilha o mesmo espaço. O dentista pode observar  "o bruxismo" à partir da observação do desgaste nas superfícies dentárias. Geralmente o paciente se queixa de de fadiga (cansaço) muscular facial, dor facial, ou cefaleia pela manhã. Por vezes, ainda, o paciente relata a percepção de acordar durante a noite com os dentes travados.

A POLISSONOGRAFIA  é importante instrumento nas pesquisas sobre o bruxismo. Pode confirmar o diagnóstico, sendo que a rápida identificação do quadro permite uma intervenção precoce com a minimização dos seus efeitos, mas, em razão da diversidade ds fatores envolvidos, o tratamento deve ser multidisciplinar. Como se sabe hoje, a cura do bruxismo é uma mera pretensão clínica, e maneira que qualquer proposta de compreensão poderá mostrar-se útil na elaboração de estratégias de tratamento.

Causas
O estresse é citado de maneira frequente como um suposto fator etiológico para o bruxismo. 
Estresse é um termo emprestado da física - no qual é associado à tensão e desgaste a que são submetidos os materiais. O termo foi proposto pelo endocrinologista Hans Selye, em 1936, para designar o estado de tensão que rompe o equilíbrio interno do organismo, ou a resposta fisiológica, psicológica e comportamental de um indivíduo frente às pressões do mundo externo (ambientais, sociais, etc) ou do mundo interno (expectativas ou pretensões de diversas ordens). Tido como importante fator etiológico de doenças em geral, e relevante motivo para a busca aos profissionais de saúde, a OMS o tem considerado um dos males do século.

Alguns medicamentos também podem causar o bruxismo. Aliás, isso muitas vezes está explícito na bula:
-  fluoxetina
– sertralina
– paroxetina
– venlafaxina
– buspirona 

Uma observação interessante também é que o consumo excessivo de adoçantes (muitos anos, várias vezes por dia), pode produzir bruxismo.


Tratamento 
Aparelho ortodôntico fixo não é terapia para bruxismo, mas quando o paciente possui um problema grave de maloclusão, muitas vezes usando o aparelho o bruxismo tende a desaparecer. Não em todos os casos.

No caso do paciente estar tomando algum medicamento que provoque o bruxismo, deverá parar com esse medicamento ou então que esse remédio seja substiruído por outro menos danoso. Leia as bulas dos remédios que toma.

Rinite, resfriado, dores em qualquer parte do corpo também podem provocar um bruxismo  passageiro.  Nesses casos, após a cura do problema o bruxismo tende a desaparecer.

Pode ser usada uma placa para impedir que o ranger de dentes desgaste todos os dentes do paciente. O ideal é a placa de resina, que envolve todos os dentes da arcada. Mas atenção: A PLACA NÃO IRÁ "CURAR" SEU BRUXISMO, ela servirá somente para impedir o desgaste dos dentes. E deverá ser trocada ou reparada de tempos em tempos, pois pode apresentar "furos". O ideal será sempre tentar descobrir a causa desse ranger de dentes.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDnGNXKLVnzEU9xpYhP_1T0koyWrSQ7kh-BivpvthBBZ3olU3fhgEDRaOa4bKPHQRgBj1ZUNF5k0YmFXLC8-8HH-Owqbb5Db8ZD-lbkDh-cQeGzb5JcXjGiAe9ZaZdrookp6etkNMD3P0/s1600/trat010b%25255B1%25255D.jpg



Adaptado da Revista do CROMG - vol 12, n°1, jan-jun 2011

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Hepatite

Ouvi falar que se pode "pegar" hepatite com alicate de cutícula e até em consultório de dentista. É verdade?


Em primeiro lugar, vamos entender o que quer dizer a palavra "hepatite".
Hepatite é uma inflamação do fígado, que pode ser causada por vírus, bactérias, agentes químicos como resíduos petroquímicos, uso de determinados medicamentos, álcool, drogas, chás ou ainda por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. No Brasil, o que temos de mais comum são as hepatites virais que recebem o nome de acordo com o vírus que as causam. Atualmente temos a hepatiteA, a B, C, D e E.


Hepatite A - É autolimitada e de caráter benigno, ocorrendo apenas na forma aguda e com raras complicações. O paciente com hepatite A pode se recuperar completamente eliminando o vírus  de seu organismo em até 6 meses.
Transmissão: O vírus A é transmitido pela ingestão de alimentos com água contaminada com resíduos fecal  humano e também pelo contato interpessoal (via oral-fecal).
Prevenção: Consumo de água de boa procedência, medidas de saneamento básico e frutas, verduras e legumes bem lavados. Evitar aglomerações e compartilhamentos de copos e talheres. Existe vacina para hepatite A, mas não está disponível de forma ampla o sistema público de saúde. Apenas nos Centros de Referências Imunológicos Especiais.
Tratamento: Como a hepatite A não causa muita agressão ao fígado, é curável e o tratamento é apenas de suporte, indicado de acordo com a saúde do paciente.


 Hepatite B - Apresenta tanto a forma aguda quanto a crônica. No caso da crônica, o vírus fica no organismo por mais de 6 meses. Se evoluir para crônica, pode causar danos graves ao fígado, como cirrose e câncer. Entre adultos infectados, 5 a 10% evoluem para a forma crônica da doença.
Transmissão:è considerada doença sexualmente transmissível (DST), pois o vírus HB é transmitido preferencialmente por essa via, já que é bem adaptada a essa transmissão: se concentra no sêmem e pode viver por muitos dias no ambiente vaginal.
Também pode ser transmitido de mãe para filho, na gestação, parto ou amamentação (via vertical). Nesse tipo de transmissão a chance de cronificação pode chegar a 90% com maior risco de evolução para cirrose e hepato carcinoma em fase precoce da vida.
É possível também a transmissão por:
- instrumentos pérfuro cortantes ( em instrumentos contaminados em hospitais, médicos e dentistas)
-compartilhamento de objetos de higiene pessoal, tais como:
 1. escovas de dente
                                                                                                    
 2. alicates de unha
                                                                                                    
 3. tesouras de unha
                                                                                                     
4. lâminas de barbear
                                                                                                    
 5. tintas e agulhas de tatuagem 

Prevenção: Sexo seguro ( com preservativos) e assepsia. Não compartilhamento de instrumentos pérfuro cortantes (seringas, p. ex.). É também importante o rastreamento da gestante para hepatite B no pré-natal, visando adotar as medidas pertinentes para prevenir infecção do recém nascido.
A hepatite B tem vacina, aplicada em 3 doses, muito eficaz e disponível nas redes de saúde.
Tratamento: Está indicado de acordo com o estado do paciente, mas além dos medicamentos, deve contemplar uma dieta de fácil digestão e sorte do consumo de bebidas alcoólicas por 6 meses, pelo menos.
A hepatite B não tem cura, mas se o diagnóstico for feito precocemente, e a resposta do paciente for boa, é possível controlar a replicação do vírus, evitando que o fígado seja agredido e ocorram complicações. Todos os medicamentos para a hepatite B estão disponíveis na rede pública, mas seu uso depende das diretrizes brasileiras para tratamento das hepatites  virais.
Tratamento: Está indicado de acordo com o estado do paciente, mas além dos medicamentos, deve-se ter uma dieta de fácil disgestão e corte do consumo de bebidas alcoólicas por 6 meses pelo menos.
A hepatite B não tem cura, mas se o disgnóstico for feito precocemente e a resposta do paciente for boa, é possível controlar a replicação do vírus, evitando que o fígado seja agredido e ocorram complicações. Todos os medicamentos para hepatite B estão disponíveis a rede pública, mas isso depende das diretrizes brasileiras para tratamento das hepatites virais.

Hepatite C - A HC assim como a HB evolui silenciosamente para a forma crônica quando o vírus não é eliminado de pois de 6m, o que acontece em 80% dos casos.
Nesse caso pode causar agressão ao fígado com potencial para o desenvolvimento de cirrose e câncer de fígado.
Transmissão: Também transmitida por via sexual, mas essa forma é mais rara. A mais comum é a parenteral, através do compartilhamento de pérfuros-cortantes ou de higiene pessoal contaminado pelo sangue do portador: agulha, instrumento cirúrgico, escovas de dente, alicate, lâminas de barbear., etc
A transmissão também é possível de mãe para filho durante a gestação, parto e amamentação.
Prevenção: Correta assepsia e não compartilhamento de instrumentos pérfuro cortantes (p.ex. seringas). Nos serviços de saúde deve ser usado material descartável. Além disso é importante o uso de preservativos nas relações sexuais e o ratreamento da gestante para hepatite pré-natal, visando adotar medidas para prevenir a transmissão para o bebê. A hepatite C não tem vacina.
Tratamento:  Quando a inflamação hepática evolui para a forma crônica, o tratamento pode ser complexo e, além dos medicamentos dependerá da realização dos exames específicos como biópsia hepática e de biologia molecular. As chances de cura variam de 50% a 80% dos casos.

Hepatite D - O vírus da hepatite D ou Delta é um problema muito comum na Amazônia e só atinge pacientes portadores do vírus do  HB pois ele parasita o vírus B. A contaminação pelos 2 vírus também pode acontecer ao mesmo tempo. A hepatite Delta, assim como a B ou C pode evoluir tanto para a forma aguda quanto crônica da doença, havendo risco e danos sérios ao fígado.
Transmissão: As formas de transmissão são as mesmas, das hetatites B e C: por via sexual, sanguínea e de mãe para filho.
Prevenção: Uso de preservativos, assepsia, e não compartilhamento de instrumentos pérfuro cortantes e de objetos de higiene pessoal, testagem da gestante e se for portadora, encaminhar e orientar sobre o tipo de parto e não amamentação até que a criança tome a primeira dose de vacina de hepatite B.
Tratamento: Depende do tratamento da hepatite B, com medicação, alimentação menos gordurosa e não consumo de bebida alcoólica, pelo menos pelo período de 1 ano. O paciente contaminado pelos 2 vírus no mesmo momento tem mais chances de se recuperar completamente.


Hepatite E - É a hepatite viral menos comum no Brasil. É também autolimitada e se apresenta apenas na forma aguda, mas pode apresentar formas clínicas graves, principalmente em gestantes. O paciente com hepatite E pode se recuperar completamente eliminando o vírus de seu organismo em até 6m.
Transmissão: O vírus E é transmitido pela ingestão de alimentos ou água contaminada com resíduo fecal humano (via oral fecal). Pelo contato interpessoal também é possível, mas não é comum.
Prevenção: Consumo de água de boa procedência, medidas de saneamento básico, frutas, verduras e legumes bem lavados e mariscos e frutos do mar bem cozidos pois podem concentrar partículas virais no tubo digestivo. Evitar aglomerações e compartilhamento de copos e talheres.
Tratamento: Geralmente não requer tratamento sendo proibido o consumo de bebidas alcoólicas e recomendado repouso e dieta pobre em gorduras.
A internação somente é indicada em quadros clínicos.


Respondendo então a pergunta logo no início do texto: "É  possível "pegar" hepatite no dentista e com alicate de unha?"

Conforme visto no texto, é possível "pegar" hepatite através de instrumentos pérfuro cortantes. Por aí se entende que todo material deve ser esterilizado, tais como agulhas, seringas, alicates de cutícula, agulhas de tatuagem e mesmo restos de tinta podem estar contaminados ( se reutilizados). Alicates e cutícula, tesouras, compartilhamento de escovas de dentes, lâminas de barbear, são fontes de contaminação. O sexo deve ser seguro. Beijo e sexo oral podem transmitir hepatite.