quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O doce veneno do açúcar


Quando a disponibilidade (facilidade de compra)  do açúcar excede de 10 a 15 kg por pessoa/ano, ocorre aumento do índice de cárie.  Ou seja, a sacarose ( o açúcar de cana) é o açúcar mais cariogênico que existe.

A quantidade de sacarose compatível com uma boa saúde bucal (dental) seria de no máximo 15kg/pessoa/ano, ou mais exatamente 40g/pessoa/dia em regiões beneficiadas com o flúor na água. E 10 kg/pessoa/ano (30g/pessoa/dia) em regiões não beneficiadas com o flúor na água.


                                Uma latinha de 300ml de Coca-Cola possui 39 gramas de açúcar!
 

Importante lembrar que o excesso de sacarose também pode causar o aumento de peso (obesidade) e diabetes.

Provavelmente o consumo de açúcar é maior nas camadas de baixa renda, visto que são os que apresentam altos níveis de cárie.
Infelizmente é enorme o investimento em propagandas que incentivam o consumo do açúcar na TV: refrigerantes, sorvetes, bolachas, confeitos, etc. E praticamente zero investimento em informações sobre o malefício do açúcar na saúde bucal.

Vivemos numa época em que se valoriza a beleza  física. Mas os apelos televisivos são para que sejam consumidos produtos que nem sempre colaboram para a construção dessa beleza. Alguém já parou para pensar se mulher que bebe cerveja todo dia no happy hour  tem corpinho de sereia, dentes branquinhos, gengivas saudáveis e hálitos gostoso?


A doença cárie (sim, é doença pois é transmissível) é a principal causa da perda dentária da população mundial.
Vejam bem:
- Aos 17 anos, 80% dos jovens já tiveram uma lesão cariosa cavitada;
- Aos 40 anos mais de 2/3 dos adultos perderam pelo menos um dente permanente.


O risco de cárie na dentição permanente é maior se na dentição de leite já havia cárie!

Além do açúcar, outros fatores contribuem para a formação da cárie, principalmente se forem associados ao alto consumo de açúcar.
  1. deficiências físicas e mentais (dificultam escovação)
  2. presença de restaurações ou próteses mal feitas (acúmulo de alimentos)
  3. saliva (pouca saliva aumenta índice de cáries)
  4. medicamentos (pode diminuir produção de saliva)
a)hipnóticos
b)tranquilizantes
    Diazepam/Bromazepam/Lorazepam
c)antidepressivos
     Fluoxetina
d)antiepiléticos
     Carbamazepina
e)anticolinérgicos
f)agentes beta bloqueadores adrenérgicos
   aliprolol
g)analgésicos opiáceos
   tramadol
h)anti-histamínicos



Quando se ingere muito açúcar, o pH da saliva torna-se ácido causando a desmineralização da superfície dentária, e consequente formação de cáries.  Claro que esse ciclo é interrompido se  houver a escovação dos dentes, o que alterará o pH da saliva. No creme dental há o fluoreto, que ajuda na capacidade da remineralização do dente através da saliva.


Cuide-se.
Não é preciso abster-se do açúcar. É necessário ter em mente os procedimentos de higiene bucal, consciência da alimentação e viver a vida onde se devem acrescentar exercícios físicos diários.


Classe II

Fiquei sabendo pelo dentista que meus dentes são Classe II. Como é isso?


Angle foi um ortodontista inglês (foi considerado o pai da ortodontia) que classificou as maloclusões em Classe I, Classe II e Classe III.
Classe II seria o seguinte:
 
Classe II, divisão 1ª - O primeiro molar superior encontra-se à frente do primeiro molar inferior, a maxila (maxilar superior) parece ser maior que a mandíbula, e todos os demais dentes parecem estar "para frente".

Classe II, divisão 2ª - O primeiro molar superior encontra-se à frente do primeiro molar inferior. Os incisivos centrais encontram-se inclinados mais para dentro e os incisivos laterais encontram-se inclinados para fora, aparecendo bem.

 
Na classe II divisão 1ª, ao observar nota-se que a maxila está bem "para frente" da mandíbula, dando ao paciente o aspecto de "dentuço".  Quando isso ocorre devido ao pouco crescimento da mandíbula ou ao grande crescimento da maxila, podemos então estar diante de uma Classe II esquelética:
 
do site: http://www.identidadeodonto.com/wp-content/uploads/2011/06/retrognatismo.jpg
 Na foto acima podemos ver uma Classe II esquelética.

Se a pessoa tiver uma Classe II esquelética, como é feito o tratamento?
Geralmente  é cirúrgico, com avanço de mandíbula, confecção de mento e muitas vezes com elevação de maxila. Isso deve ser planejado na documentação do paciente, em conjunto com o Ortodontista e Cirurgião Buco Maxilo Facial. A cirurgia é feita com os aparelhos ortodônticos fixos superior e inferior após algum tempo de tratamento ortodôntico já com finalidade cirúrgica.
A cirurgia - obviamente - é feita em ambiente hospitalar. O paciente deverá arcar com os custos do cirurgião, de seu assistente, do anestesista, da diária hospitalar, fonoaudióloga, medicamentos e fisioterapia ( a face fica sem sensibilidade por um tempo, exigindo fisioterapia local).
 
do site: http://www.jrgodontologia.com.br/timthumb-watermark.php?src=upload/Captura%20de%20tela%202011-07-27%20_s%2015.14.05.png&w=300&zc=1

 
Acima temos uma Classe II esquelética com grande deficiência de mandíbula, que foi tratada cirurgicamente. Notem a melhoria do perfil da paciente e mais harmonia na face.


Nos casos onde o crescimento da maxila é bem maior que da mandíbula, e o paciente ainda está em idade de crescimento, podemos usar o Aparelho Extra Bucal para tentar conter esse crescimento:
do site: http://2.bp.blogspot.com/_6raDxeZpP04/TGXH5tp43MI/AAAAAAAAAew/ZFxl4dwV-rU/s1600/aeb.jpg

 O famigerado "freio de burro", como chamam as crianças e adolescentes. Apesar de ser um aparelho "feio" e não muito aceito, no caso de crescimento acentuado da maxila e crescimento dentro do ideal da mandíbula, seria o mais indicado.

Quando a mandíbula é afetada em seu crescimento, crescendo menos que deveria, o mais indicado seria um aparelho ortopédico, como por exemplo o Bionator:
http://www.weisskircher.de/bilder/bionator.jpg
Mas  Bionator, como aparelho ortopédico, só será eficiente se o paciente estiver ainda em fase ce crescimento, não sendo favorável em adultos.


O plano de tratamento de uma Classe II, seja divisão primeira ou segunda, só o ortodontista poderá dar. Em muitos casos é necessária a extração de pré-molares superiores, mas somente analisando as radiografias e o exame clínico para se ter certeza disso.
Quanto antes a criança iniciar o tratamento, melhores serão os resultados.
  Fale com seu ortodontista.