segunda-feira, 23 de julho de 2012

Não quero mais continuar o tratamento

Muitas vezes chega um paciente em meu consultório e diz a frase: "Não quero mais continuar o tratamento no meu dentista, porque eu faltei 3 meses e ele quer que eu pague os três meses que eu não fui.  A  Drª continua o tratamento para mim? Tenho que fazer outras radiografias?".


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Em primeiro lugar, o paciente quer saber se o dentista pode cobrar os  meses de tratamento que ele não compareceu. Pode isso?

Pode, se no início do tratamento foi assinado um contrato e se nesse contrato está CLARAMENTE EXPLÍCITO  que o paciente deverá pagar por todos os meses de tratamento, tenha ele comparecido ou não. É importante ficar atento se foi assinado um contrato. Se foi, o dentista não está te enganando, está tudo sendo feito às claras. Se não foi assinado contrato algum ou se no contrato assinado não está escrito nada sobre isso, então não pode.



O paciente pode interromper o tratamento em um dentista e continuar em outro, com o mesmo aparelho fixo?
O paciente pode interromper o tratamento a hora que ele quiser, estando atento ao contrato assinado. Há vários motivos para se interromper um tratamento: mudança de cidade, problemas financeiros, descontentamento com o profissional, com os resultados...  Se pode continuar com o mesmo aparelho fixo em outro profissional? Aí depende... Depende da técnica usada pelo outro profissional, do planejamento que o outro dentista irá fazer... O ideal é tirar tudo e fazer nova documentação. E colocar outro aparelho com o outro profissional.

http://www.iro.com.br/exames-oferecidos/documentacao-ortodontica.php

O outro dentista tem obrigação de devolver a documentação, caso  o paciente desista do tratamento?
Alguns dentistas não gostam de ouvir isso, mas eles têm obrigação de devolver a documentação para o paciente. De acordo com o código de ética odontológica, são deveres fundamentais dos profissionais:

1. Elaborar e manter atualizados os prontuários de pacientes, conservando-os em arquivo próprio;

2. Garantir ao paciente ou seu responsável legal, acesso ao seu prontuário, sempre que for expressamente solicitado, podendo conceder cópia do documento, mediante a recibo de entrega;

Sendo assim, fica claro que o dono (posse) da documentação é o paciente (já que ele pode ter acesso a hora que quiser), mas a obrigação de guardar  a documentação cabe ao dentista.
Ou seja, a documentação ortodônica deve ser devolvida ao paciente ( no caso se pedir), sendo que foi ele quem pagou por ela, mediante um recibo assinado de que ele  (o paciente) está levando a sua documentação.

Importante lembrar que um profissional que inicia ou REinicia um tratamento precisa sempre de radiografias recentes e modelos recentes. Ou seja, ele precisa da condição ATUAL  da boca do paciente. Nem sempre radiografias antigas são suficientes. Mesmo tendo acessoa à documentação antiga, o ideal é fazer UMA NOVA DOCUMENTAÇÃO. Muitas vezes nem compensa ficar brigando por dados antigos. 

Lembrando sempre que o melhor é sempre  conversar com o dentista. Desistir o tratamento deve ser a última opção.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Enxaguantes bucais (Curiosidades)




Com certeza você gosta de usar um enxaguante bucal vez ou outra não é? Há várias marcas de enxaguantes bucais no mercado. Temos o Plax da Colgate, Listerine, Cepacol da Johnson&Johnson... São também chamados de colutórios ou antissépticos bucais.


Há tempos que a humanidade se preocupa em ter um hálito fresco, ou se preocupa com o mau hálito. Vejam em Jó, no Velho Testamento:

Jó-  19:17 - O meu hálito é intolerável à minha mulher; sou repugnante aos filhos de minha mãe.

Jó tinha mau hálito!

O que é o mau hálito? São os compostos sulfurosos voláteis, subproduto das bactérias da boca. O que é necessário para que as bactérias não produzam esse odor terrível?
Muito simples: escova, pasta de dente e fio dental. Para complementar um bochechinho com um produto gostoso e cheirosinho, tal como o Listerine, por exemplo.


Mas como era isso antigamente?
Há 3000 anos, gregos, romanos e egípcios mascavam vegetais como o eucalipto, a canela e a baunilha.

Depois de certo tempo passaram a misturar esses mesmos vegetais com água e então passaram a fazer bochechos.

Usavam também leite de cabra e sangue de alguns animais.

Em 2700 aC, a medicina chinesa  já recomendava bochechos para melhorar a saúde das gengivas e o mau hálito.

Hipócrates recomendou uma mistura de sal, pedra hume e vinagre para bochechos.

No Talmude Judeus, 1800 aC, há a sugestão  de uma massa de farinha e azeite para tratar a gengivite.


Hipócrates – o pai da medicina – recomendava uma receita para as gengivas inflamadas das mulheres e para o mau hálito. Anote aí:
1 cabeça de lebre
3 camundongos sem as tripas

Você deve "torrar"  a cabeça de lebre e os camundongos até virar pó. O pó deve ser misturado com lã embebida em gordura e também com sementes de erva doce, mirra, mel e vinho branco. Dizem que dava resultados.


Os romanos dessa época já gostavam de usar álcool de cerveja ou vinho branco para bochechos.

Os gregos gostavam de leite de mula.

Os espanhóis tiveram uma idéia brilhante. Descobriram que o bom para o mau hálito era bochechar urina mofada.

Os franceses descobriram que o melhor mesmo era urina fresca.

Os árabes acharam que o melhor era a urina de crianças.

Os romanos pensaram bem e descobriram que o bom mesmo era bochecho com urina de árabes. Mas começaram a preferir a dos portugueses, pois era mais ácida e mais forte.
O que parecia melhorar o mau hálito era a uréia e amônia presente na urina. Hoje em dia os produtos de bochecho também possuem uréia em sua composição, mas obtida de forma sintética.

O primeiro produto comercializado como produto de bochecho foi o Odol (1892) na Alemanha. Até hoje é vendido.

Dr. Joseph Lister utilizava desinfetantes nos hospitais e durante atos cirúrgicos. Em 1879 Joseph Lawrence e Jordan Lambert  inventaram um produto para desinfetar pisos e irrigar feridas. Em 1914 esse produto foi comercializado como Listerine em homenagem ao Dr Lister. Eliminava o  mau hálito,  também constipações nasais e inflamações na garganta. Foi usado na primeira Guerra Mundial para limpar feridas.




Hoje em dia vários são os produtos vendidos como enxaguantes bucais. Há os que possuem álcool e os sem álcool. Surgiu uma polêmica, que o enxaguante com álcool poderia causar câncer orofaríngeo. Nada está provado cientificamente.
O álcool   resseca a mucosa bucal e esse ressecamento poderia causar o câncer, principalmente em quem fuma e bebe. Porque o fumo e a bebida também ressecam a mucosa, o que faria com que houvesse constante renovação celular, e pode então surgir um cãncer.


Importante lembrar que ao fazer o bochecho com produto que contenha álcool, antes de 10 minutos  pode dar falso  positivo para álcool no bafômeto. Mas acho impossível de acontecer. Só se você vier bochechando dentro do carro e for parado em uma blitz. Isso tudo antes de 10 minutos.

Desinfete suas escovas  borrifando umas 6 vezes uma solução de gluconato de clorexidina 0.12% (Periogard – vendido em perfumarias e farmácias). Escovas contaminadas podem causar vários problemas, até problemas de coração (endocardite bacteriana)...


O bochecho SÓ faz efeito se usado em conjunto com a escova, pasta dental e fio dental. Não adianta bochechar um produto somente para mascarar o mau hálito. O ideal é fazer o bochecho 1 hora após a escovação para que os componentes aniônicos da pasta de dente não anulem os componentes catiônicos do colutório, de modo que assim não percam seu efeito desejado.


Tome 2 litros  ou mais de água por dia, para que haja bastante saliva em sua boca e assim já contribuirá para que o mau hálito seja reduzido.