sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Classe III

"Meu Ortodontista disse que eu sou Classe III. Afinal, o que significa ser uma pessoa Classe III?"


Angle foi um ortodontista inglês (foi considerado o pai da ortodontia) que classificou as maloclusões em Classe I, Classe II e Classe III.
Classe III seria o seguinte:
O primeiro molar inferior encontra-se "à frente"(mesial)  do primeiro molar superior, o que deixa a mandíbula "à frente"  da maxila. Quando o posicionamento é só dental, não interferindo no perfil, temos uma Classe III dentária.


Quando a alteração é grande, trazendo características especiais ao perfil, dando a aparência ao paciente de "queixudo", estamos então diante de uma Classe III esquelética. A classe III esquelética geralmente é devida a um fator genético. As medidas na telerradiografia estão alteradas, mandíbula com tamanho maior que  deveria estar.



 A Classe III dental geralmente é resolvida apenas com tratamento ortodôntico.
A Classe III esquelética geralmente é resolvida com o auxílio da ortodontia e cirurgia ortognática.

(Do site: http://www.ortocirurgico.com.br/?conteudo=canal&id=3&canal_id=13)
O planejamento começa quando o paciente faz a documentação. Desde então o Ortodontista deve comunicar ao paciente se ele é Classe III esquelética e se há necessidade de cirurgia.  
Se houver necessidade de cirurgia ortognática, o  tratamento desde o início já deverá estaar planejado para isso, sendo necessário também desde o início a participação de um cirurgião Buco-Maxilo, junto com o qual se faz o planejamento cirúrgico. O paciente não podeá mudar de ideia durante o tratamento...
Ou seja, se decidir a fazer a cirurgia, deve decidir no início do tratamento, antes de colocar o aparelho fixo.

Mesmo o caso sendo cirúrgico, nem sempre o paciente deseja passar por uma cirurgia. Isso deve ser comunicado ao dentista, para que seja elaborado um plano de tramento de forma a deixar a estética o melhor possível, sem a cirurgia de redução de mandíbula.


No caso cirúrgico, após colocado o aparelho ortodôntico (a cirurgia só pode ser feita de aparelho), geralmente decorre um período de aproximadamente 2 anos, até que se consiga realizar o procedimento.
Como a cirurgia é cara, pede-se ao paciente que faça nesse período uma poupança objetivando pagar as despesas com hospital, cirurgião, auxiliar, fonoaudióloga, anestesista, fisioterapeuta, medicamentos. Alguns convênios cobrem essa cirurgia, que também pode ser feita pelo SUS em alguns lugares.

O valor varia. Depende do estado e cidade onde mora a pessoa, do dentista, do hospital

Geralmente é feita a redução de mandíbula, somente. Talvez outras pequenas cirurgias complementares visando a estética.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Alexandre Pato e os problemas bucais

Milan liga problema muscular de Alexandre Pato a doença bucal
Atacante passou por cirurgia odontológica; expectativa é que retorne antes do duelo contra o Manchester United, pela Liga dos Campeões
Equipe Universidade do Futebol
Não são raros os estudos que indicam que problemas relacionados à saúde bucal podem acarretar queda de rendimento físico. Sejam infecções bucais, nos dentes e nas gengivas, falta de condições de higiene bucal adequada, etc., o aparato odontológico compõe a estrutura biológica do jogador. O exemplo de Alexandre Pato é mais um destes.

O atacante brasileiro que defende o Milan está afastado dos gramados desde o último dia 13 de dezembro, quando sua equipe foi derrotada pelo Palermo (2 a 0). Pato sofreu uma lesão muscular em uma das coxas e desde então realiza tratamento intensivo de reabilitação.
De acordo com os periódicos italianos, um problema bucal, que não foi especificado pela agremiação rossoneri, estaria diretamente ligado ao problema na perna. Tanto que na última quarta-feira o jogador seria submetido a uma cirurgia odontológica.

A explicação é que o foco infeccioso na boca pode se espalhar pela corrente sanguínea, o que facilitaria o surgimento de problemas em articulações e músculos. De acordo com a equipe médica do Milan, o jogador, de 20 anos, deve repousar por dois a três dias após a cirurgia, e só então voltará aos treinos.
Especialista e Periodontia, mestre em Diagnóstico Bucal, autor de livros sobre a área e colunista de saúde bucal da Rádio Record, o odontólogo Rodrigo Guerreiro Bueno de Moraes relatou, em entrevista à Universidade do Futebol, casos de atletas que conviveram com adversidade semelhante.
"Nós temos um histórico, na Copa de 1958, relatada pelo já falecido Mário Trigo, que foi o primeiro cirurgião-dentista a compor uma delegação brasileira em competição. Ele lembra que extraiu mais de sete dentes de Mané Garrincha, antes da Copa de 1958. O jogador não conseguia recuperar-se de lesões musculares por conta de infecções bucais. E quando sanou essas infecções na boca, ele teve condições para recuperar-se e brilhar", disse.

"Outro exemplo é o Ronaldo "Fenômeno", que ficou três ou quatro rodadas afastado da Inter de Milão, com uma contusão muscular. Por indicação, o jogador fez a extração de um dente do siso que o incomodava há tempos, e teve êxito na recuperação muscular, dando continuidade ao seu trabalho no clube", finalizou.





http://www.universidadedofutebol.com.br/Jornal/Noticias/Detalhe.aspx?id=12871

Componentes do aparelho fixo

Quais são os componentes de  um aparelho fixo?


Os aparelhos fixos podem ter bandas ou não (depende do planejamento do caso).
O que são bandas?
São aneis metálicos colocados nos molares. Nas bandas solda-se um tubo ou mesmo um bráquete.
Há casos em que o dentista não vê a necessidade de colocar a banda, então é colado no molar o tubo (ou bráquete). para se colocar a banda, é necessário antes colocar um elástico afastador (ou separador).



Os bráquetes são colados nos demais dentes.
Os bráquetes podem ser metálicos:
Ou estéticos:
Depois de colados os braquetes, coloca-se o arco. O arco tem vários calibres, começando-se do mais fino para o de maior calibre. Dessa forma conseguimos o nivelamento e alinhamento dos dentes.
E por fim coloca-se as ligaduras elásticas (borrachinhas coloridas):



Observação: Em técnicas que se usa o bráquete smart clip (auto ligado) não se usam as ligaduras coloridas:




Pronto!
Assim está montado uma aparelho fixo.
Cabe a você escovar direitinho, passar fio dental e não abusar de alimentos que exijam muito esforço de mastigação!





Feliz sorriso metálico!



sexta-feira, 27 de julho de 2012

Aparelho fixo em apenas uma das arcadas

Pode?
Usar aparelho fixo em somente uma das arcadas?

Muitas vezes o paciente chega ao consultório e diz: 
"Drª, eu quero usar aparelho "só em cima", porque meus dentes "de baixo" estão certos."

Pode-se colocar apenas um aparelho?

NÃO!

Quando o dentista diz que não se pode colocar apenas uma aparelho fixo, seja ele superior ou inferior, na maioria das vezes isso é interpretado como má vontade por parte do profissional. 
Uns acham  que o dentista não coloca apenas porque não quer. Outros acham que ele não faz isso pensando em ganhar mais...  Sim, pois há pessoas que pensam que colocando "apenas um aparelho" o valor da manutenção cairá pela metade...


O que acontece é o seguinte:
Veja a sua boca como - por exemplo - uma caixa com tampa. A tampa precisa de encaixar na caixa para cumprir a sua função.
Colocando aparelho fixo em apenas uma arcada, você moverá muitos dentes do lugar, de maneira que o "encaixe" ficará comprometido, podendo causar futuramente problemas de ATM (como dores de cabeça, estalos, etc).
Temos que - através do aparelho fixo - restaurar tanto a estética quanto a parte funcional de duas arcadas dentárias, permitindo boa mastigação e boa dicção. Por isso a necessidade de aparelhos fixos tanto superior quanto inferior.

Muitos dentistas acabam cedendo ao apelo do paciente e colocam apenas um. Geralmente os resultados são desastrosos. Alguns casos acabam até em processos no Conselho regional de Odontologia.

Cuide com carinho dos seus dentes. Mantenha-se informado e procure um bom ortodontista.


Importante lembrar que há casos que NO INÍCIO DO TRATAMENTO não é possível colocar os dois aparelhos. Casos de mordida profunda e cruzada, por exemplo. Mas tão logo sejam corrigidos esses problemas, deve ser montado o respectivo aparelho.
Também não é obrigatório colocar os dois aparelhos NO MESMO DIA E NA MESMA HORA! Isso depende do dentista, e do planejamento do caso. A última palavra seve ser do SEU dentista.


Acrescentei esses  parágrafos porque muitos estavam me xingando, achando que eu quis dizer que "OBRIGATORIAMENTE OS DOIS APARELHOS TINHAM QUE SER MONTADOS NO MESMO DIA E MESMA HORA".  Não é nada disso, tá pessoal? Cada caso é um caso, que deve ser estudado com cuidado. Poder começar com apenas um aparelho, pode... O que não é aconselhável é ficar o tratamento com apenas um aparelho ortodôntico e terminar assim.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Cefaleia (Dor de cabeça)


A dor de cabeça (cefaléia)

Existem quase 300 tipos de cefaléia e vários estudos mostrando que em até 93% dos casos diagnosticados por um não especialista tendem a estar errados, o que acaba criando entre a população as crenças de que a "dor de cabeça não tem cura". Ou, até mesmo entre os médicos o pensamento de que o paciente "deve se acostumar com a dor de cabeça". Se não é possível curar, pelo menos é possível diminuir em muito a intensidade e a freqüência das crises.

A articulação temporomandibular ( ou ATM) é a articulação responsável pelos movimentos realizados pela mandíbula. Situa-se logo à frente do ouvido.

Os distúrbios relacionados a esta articulação, conhecidos como DTM (distúrbios temporomandibulares) são caracterizados por estalidos ao abrir e fechar a boca, dor de cabeça, dor orofacial, cervicalgia (dor no pescoço), dificuldade para abrir e fechar a boca, zumbidos e dores de ouvido, fadiga muscular (cansaço para mastigação), rigidez articular (dificuldade em abrir a boca), distúrbios posturais, dentre outros.

Acredita-se que o fator principal seja o mau posicionamento dos dentes mas sabe-se que os problemas emocionais, o stress do dia a dia,  o ranger de dentes, ou a  falta de alguns dentes, principalmente posteriores  contribuem de maneira significativa para o aparecimento ou agravamento de uma disfunção temporomandibular. Problemas anatômicos, locais, sistêmicos e hormonais também podem estar relacionados.


Cerca de 50% dos casos da dor de cabeça  crônica está relacionado ao problemas de ATM.

O tratamento é complexo. Para se ter certeza que o problema é realmente de ATM,  há a necessidade que o paciente  faça uma consulta com o otorrinolaringologista  e  em alguns casos também com neurologista.
Há a necessidade também da participação do fisioterapeuta que irá atuar na postura do paciente e nos músculos da face, às vezes um psicólogo e uma fonoaudióloga.
Há a necessidade de  exames, como radiografias panorâmicas, de ATM, e em alguns casos tomografia da ATM ou ressonância magnética.
O tratamento, além de envolver todos os profissionais citados acima e após criteriosa análise das radiografias, geralmente optamos pela colocação de uma placa na arcada superior com determinada altura para relaxamento muscular,  para bruxismo (ranger de dentes) ou para melhor posicionamento da mandíbula. Importante lembrar que na consulta com o dentista há a necessidade de se examinar todos os músculos da face do paciente para se saber qual grupo se encontra dolorido, e o preenchimento de um questionário criterioso para de chegar a conclusão do plano de tratamento.
Recomenda-se sempre a mastigação bilateral, travesseiro baixo e em caso de dores  fortes o uso de uma máscara  térmica, como ilustrado abaixo.

Existem compressas especiais para problemas ATm vendidas no mercado odontológico


Importante lembrar que o tratamento é delicado, exigindo muita disciplina do paciente para que se obtenha resultados satisfatórios.



terça-feira, 24 de julho de 2012

Diastemas

"Tenho um espaço entre meus dois dentes da frente. Ele fecha com aparelho?"

Essa é uma pergunta frequente no consultório.
O nome científico desses espaços, seja entre os dois incisivos superiores ou entre quaisquer outros dentes, chama-se diastema. Mas o que mais incomoda é o espaço entre os incisivos superiores, pois chama mais a atenção.
Há famosos e anônimos que possuem diastema e parecem não ligar muito para a situação, como o jogador Dentinho:


Há famosos que preferem não continuar com o diastema, procurando o dentista para resolver a situação, tais como o jogador Ronaldo Fenômeno e a Presidente Dilma.


Mas, porque existem diastemas?
Diastemas existem por vários motivos:

1. Problemas periodontais
Há perda de suporte ósseo. O osso onde a raiz do dente está, vai "sumindo" aos poucos, devido a um agente agressor, que  pode ser tártaro, placa bacteriana em excesso, restaurações ou próteses com excessos (sobrando) ou outros fatores locais ou sistêmicos (como algumas doenças). Quando o dente perde o suporte ósse, ele vai "se separando"...

Placa bacterian, tártaro e diastemas provocados por periodontite
2. Freio labial (superior ou inferior)
Faixa de tecido que começa na gengiva bem no meio dos incisivos centrais e vai até a parte de dentro do lábio superior (ou inferior). Às vezes esse freio termina entre os incisivos e é muito espesso, o que pode causar o diastema. Nesse caso deve ser removido, cirurgia essa chamada de frenectomia. Mas é preciso ser avaliado com cuidado. Nem sempre o freio é o causador do diastema.


Freio labial superior
3. Interposição lingual
O que é isso?
È quando a pessoa engole (saliva, água ou qualquer alimento) pressionando os dentes anteriores com a língua. Isso provoca (muitas vezes)  a abertura de diastemas e mordida aberta. Há a necessidade de tratamento fonoaudiológico e ortodôntico.


4.Hábitos
Hábitos como roer unhas, canetas e outros objetos podem provocar diastemas. Assim como sucção digital (chupar o dedo), chupeta, mamadeira...

5.Espaços sobrando naturalmemte...
Ás vezes a pessoa herda (geneticamente) o tamanho da acada dentária de um dos pais e o tamanho dos dentes de outro. E sobra espaço... Acontecem, então, diastemas generalizados...


Como corrigir um diastema?
Há algumas maneiras.
Pode ser através do acréscimo de resina (se não for muito grande, pois aumenta o tamanho dos dentes) e facetas de porcelanas.
Através de aparelhos ortodônticos.

Vale a pena fechar um diastema? É necessário? Depende da pessoa. Há pessoas que preferem viver com o diastema, outras sem. Em muitos casos a estética fica melhor sem o diastema.


Leia mais sobre diastemas em: http://ortodontiaearte.blogspot.com.br/2012/08/como-fechar-um-diastema.html