USP de Ribeirão
desenvolve fita adesiva que substitui agulha em anestesia bucal
Colado à
gengiva, dispositivo libera substância que alivia dor em procedimentos
cirúrgicos. Tecnologia que promete acabar com medo do dentista pode levar até
cinco anos para chegar ao mercado.
Pesquisadores
da USP de Ribeirão Preto (SP) desenvolveram uma fita adesiva que promete acabar
com o medo da injeção vivido por pacientes no dentista. O estudo feito pelos
departamentos de farmácia e odontologia da universidade apontou eficácia no uso
de um dispositivo biocompatível e biodegradável que libera um anestésico aos
poucos e substitui a temida agulha no consultório.
Os testes
realizados até agora confirmam que a tecnologia proporciona ao paciente um
alívio por pelo menos 50 minutos, garantido, inicialmente, para procedimentos
menos invasivos como a raspagem periodontal, microcirurgias e extração de
dentes de leite em crianças, além da própria picada da agulha. A ideia é
continuar desenvolvendo o adesivo para que ele também seja aplicado em
intervenções mais profundas como cirurgias e tratamentos de canal.
Os
pesquisadores estimam de um a cinco anos para que a inovação chegue ao mercado
e seja produzida em escala industrial. Parte da pesquisa foi publicada nas
revistas Colloids and Surfaces B: Biointerfaces e Biomedical Chromatography.
"Ele tem
um efeito anestésico muito satisfatório, eliminando o uso de agulha. Outros
procedimentos ainda vão se dar ao longo do desenvolvimento da pesquisa pra
gente poder ter a certeza da utilização dessa fita adesiva com procedimentos
mais invasivos", afirma Paulo Linares Calefi, um dos pesquisadores da
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) que participaram do estudo.