quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Sexo oral e Odontologia

Você sabe o que é HPV? É o vírus do papiloma humano.  Chama-se papiloma por causa do formato, por isso também pode ser chamado de verruga digital, crista de galo figueira ou cavalo de crista. É uma DST (Doença Sexualmente Transmissível).


Em uma década, dispararam no país os casos de câncer de boca e orofaringe relacionados à infecção por HPV (papilomavírus humano), transmitidos por sexo oral.
O índice de tumores provocados pelo vírus é três vezes superior ao registrado no fim da década de 1990. Não há um aumento do número total de casos, mas sim uma mudança no perfil da doença.

Antes, cânceres de boca e da orofaringe (região atrás da língua, o palato e as amígdalas) afetavam homens acima de 50 anos, tabagistas e/ou alcoólatras.
Hoje, atingem os mais jovens (entre 30 e 45 anos), que não fumam e nem bebem em excesso, mas praticam sexo oral desprotegido.
Uma recente análise publicada no periódico "International Journal of Epidemiology" mostra que, quanto maior o número de parceiras com as quais pratica sexo oral e quanto mais precoce for o início da vida sexual, mais risco o homem terá de desenvolver câncer causado pelo HPV.



No Hospital A.C. Camargo (Hospital do Câncer), em São Paulo, 80% dos tumores de orofaringe têm associação com o papilomavírus. Há dez anos, essa associação existia em 25% dos casos.

O HPV já está presente em 32% dos tumores de boca em pacientes abaixo dos 45 anos ""antes, o índice era de 5%. Por ano, o hospital atende 160 casos desses tumores.
"O aumento dos tumores por HPV é real, e não porque houve melhora do diagnóstico. Os casos relacionados ao tabaco vêm caindo, mas o HPV está ocupando o lugar", diz o cirurgião Luiz Paulo Kowalski, do A.C. Camargo.


No Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), 60% dos 96 casos de câncer de orofaringe atendidos em 2010 tinham relação com o HPV. As mulheres respondem por 20% dos casos.


"Começa-se a notar um maior número de mulheres com esse câncer, por causa do sexo oral desprotegido", diz o oncologista Gilberto de Castro Júnior, do Icesp.

No Hospital de Câncer de Barretos, no interior paulista, casos ligados ao HPV respondem por 30% dos cânceres da orofaringe, um aumento de 50% em relação à década passada, segundo o cirurgião André Lopes Carvalho.
"A maioria dos nossos pacientes tem o perfil clássico, de homens mais velhos que bebem e fumam. Mas estamos percebendo uma virada." O Inca (Instituto Nacional de Câncer) desenvolve seu primeiro estudo sobre o impacto do HPV nos tumores orais. Segundo o cirurgião Fernando Dias, coordenador da área de cabeça e pescoço do instituto, o HPV de subtipo 16 é o que mais provoca câncer da orofaringe.

"O HPV está criando um novo grupo de pacientes. Por isso, é preciso reforçar a necessidade de fazer sexo oral com preservativo." O Inca estima que, por ano, o país registre 14 mil novos casos de câncer de boca.
Segundo os especialistas, a boa notícia é que os tumores de orofaringe relacionados ao HPV têm um melhor prognóstico em relação àqueles provocados pelo fumo.
Paulo Kowalski afirma que eles respondem melhor à quimioterapia e à radioterapia e, muitas vezes, não há necessidade de cirurgia.

VACINA
A vacina contra o HPV não é aprovada para homens no Brasil. Nos EUA, onde foi liberada, a imunização masculina não protege contra o HPV 16, o tipo que mais causa câncer de boca e de orofaringe.
No Brasil, só mulheres entre 9 e 26 anos têm indicação para a vacina contra quatro tipos de HPV, entre eles o 16. Mas a imunização só existe na rede privada, ao custo médio de R$ 900.




Observação importante:  O HPV pode ser transmitido por via sexual (anal - oral - vaginal) e também por via não sexual, através de objetos contaminados tais como toalhas, roupas íntimas, aparelhos médicos sem esterilização adequada, assentos de banheiros, etc. Não se sabe quanto tempo o vírus sobrevive fora do corpo, mas há esses possibilidades de contágio.
Também pode ser transmitido de mãe para filho na gestação e na hora do parto.

Qualquer alteração bucal, procure um dentista de sua confiança!




6 comentários:

  1. Sonia, usei aparelho dos nove aos doze anos (atualmente tenho 16), durante esse tratamento o dentista disse que precisava realizar a extração de 4 dentes, achava que era normal e aceitei, quando fui extrair ele disse que tiraria apenas dois (um em cima e um embaixo, ambos do mesmo lado da arcada); ok, terminei o tratamento e fiquei com os dentes alinhados. Quando tirei o aparelho percebi que perdi a linha mediana e estava com um dente no centro do rosto quando sorria. Coloquei aparelho novamente com um dentista diferente agora, e ela disse que o certo seria extrair os mesmos dentes que extrai no antigo tratamento (só que do outro lado do rosto) e puxar os dentes até o dente do meio da face pra fechar a arcada. Espero que tenha explicado corretamente. Você acha esse tratamento correto? Existem outras opções? Acho essa opção de tratamento ruim devido ao longo período que a estética da pouca ficará prejudicada. Meu nome é João.

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    1. Olá João!
      Com raríssimas exceções, as extrações TÊM QUE SER BILATERAIS para impedir o desvio da linha média. Portanto, o diagnóstico do segundo profissional está correto, agora terá que se fazer as extrações do outro lado para corrigir o desvio da linha média. Infelizmente não há outras opções pois parece que o desvio é grande, você relatou que "está com um dente no centro do rosto".

      Abs.

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    2. A arcada não poderia ser movida toda de uma vez? O que incomoda é o fato de ter que ficar com janelinhas igual o proposto pela profissional com que consulto. Meu primeiro dentista moveu a arcada toda sem fazer janelinhas na frente mas não lembro como foi o procedimento. Obrigado pela resposta, seu blog é ótimo!

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    3. Sim o movimento pode ser em grupo. Primeiro há necessidade de alinhar e nivelar. Depois pode-se fechar o espaço das extrações com alças no arco, por exemplo. Sempre com auxílio de elásticos intermaxilares.

      Grata pelo elogio. Obrigada por participar.

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    4. Oi Doutora! Estou passando pelo mesmo caso que o paciente acima, meu dentista disse que precisarei extrair os dois dentes, implantar os pinos e fazer o movimento e tal, ele disse que com esse tratamento poderia haver um afinamento no lábio; está correto? O que esse afinamento significa?

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    5. Para responder com exatidão, somente olhando o caso clinicamente e a documentação. Afinar lábio na verdade não afina. O que acontece é que pode acontecer de aumentar o ângulo naso labial. Imagine você de perfil. Imagine o ângulo formado pelo nariz e lábio superior. Esse ângulo pode aumentar devido a um "abaixamento" do lábio superior, se forem realizadas extrações e houver uma retração dos dentes anteriores com o aparelho fixo. Isso tem que ser planejado na radiografia de perfil e na sua foto de perfil - que estão na documentação ortodôntica - para ver se ficará esteticamente agradável.

      Abs

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Olá! Assim que possível responderei. Obrigada pela visita. Obs: não respondo por email, somente aqui no blog.