quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Respostas para quem tem medo de perguntar



Há muita coisa que todo paciente gostaria de saber, mas tem medo de perguntar, como por exemplo porque está doendo, em quanto tempo tudo fica pronto, quanto terá que pagar... Enfim, decidir colocar um aparelho fixo, ou seja, iniciar um tratamento ortodôntico exige muitas perguntas e mais respostas ainda.
Vamos começar com a pergunta número um:

1. Eu quero colocar  aparelho, qual dentista devo procurar?
Você deve procurar um dentista que já colocou aparelhos em amigos e parentes. Um profissional que você conheça o tipo de serviço, que tenha referência. Esse profissional deve ser devidamente registrado no CRO (Conselho Regional de Odontologia), melhor ainda se for Especialista em Ortodontia.

2. Devo procurar o profissional mais barato ou o mais caro?
Nem um nem outro. Você deve procurar um profissional qualificado e de confiança.


3. O que é melhor? Uma Clínica com vários dentistas ou um só profissional?
Numa clínica com vários dentistas, talvez cada mês você seja atendido por um profissional. Isso complica um pouco o entrosamento, pois cada dentista pensa de uma maneira. Se procurar uma clínica, verifique a possibilidade de ser atendido somente por um profissional, e a possibilidade de em caso de emergência esse profissional poder atender você. Quando digo emergência, estou me referindo a quando um bráquete se solta, ou uma banda ou alguma coisa espeta.

Se procurar um consultório, procure saber quantos dias por semana o dentista trabalha, se é adequado aos seus horários e se ele poderá atender em casos de emergência.

4. O que é preciso para fazer um tratamento ortodôntico?
Será necessária uma documentação ortodôntica. O ortodontista encaminhará você para um serviço de radiologia. Uma documentação ortodôntica contém geralmente (as mais simples): modelos de gesso das arcadas dentárias, radiografia panorâmica, periapicais dos dentes anteriores superiores e inferiores, radiografia norma lateral onde serão feitos traçados para ver perfil, análise cefalométrica (medidas de ângulos das posições de dentes e tecido ósseo), fotografias frente e perfil do paciente, fotografias intraorais. O dentista irá fazer o planejamento de seu tratamento baseado nos dados obtidos. Se é necessário extrair dentes, expandir arcada, etc.
Geralmente o bom profissional mostra a documentação e explica em termos leigos para o paciente.

5. Se eu desistir do tratamento, posso levar a documentação?
Se você conversar com o profissional e concluir que não quer fazer o tratamento naquele local, pode levar a documentação na mesma hora... Após pagar a consulta, se for o caso...
Se já estiver de aparelho é importante lembrar que todos estipulam um tempo mínimo de tratamento para poder desistir. Tratamento ortodôntico é assunto sério e a pessoa não pode colocar em um mês e decidir tirar em outro. Se já sabe de antemão que irá mudar para outra cidade bem longe e há necessidade de mudar de profissional, nem coloque - espere mudar e coloque lá em seu outro endereço.
Se resolver desistir  do tratamento depois de um certo tempo, terá que conversar com o dentista. Geralmente se faz um contrato no início do tratamento. Alguns cobram uma taxa para tirar o aparelho e para entregar a documentação. Se a documentação for antiga, mais de 6 meses, aconselho a não criar problemas para tê-la de volta caso o dentista não queira entregar. Apesar dela ser sua, não será muito útil.  O novo profissional precisará do estado atual de sua boca, de radiografias novas para efetuar outro planejamento.
Os planejamentos podem ser diferentes, cada dentista tem sua maneira de pensar. Mas o resultado deverá ser um só, ou seja, a satisfação do paciente.

6. Como se cobra a manutenção?
Cada dentista tem uma maneira própria.
Alguns cobram o valor total do tratamento. Outros uma taxa mensal ou quinzenal. Ou qualquer outro  tipo de cobrança, desde que o paciente esteja ciente.  Podem estar baseadas no aumento do salário mínimo ou outro índice qualquer de reajuste. O valor depende do profissional, da cidade,  da clínica, do consultório... As consultas podem ser mensais, quinzenais, depois de 40 dias... Depende. 

7. Existe aparelho grátis?
Isso foi um absurdo criado anos atrás. Não existe aparelho nem tratamento grátis. Nem em faculdades. De uma forma ou outra você irá pagar por ele. É proibido pelo código de ética Odontológica. Não caia nesse conto...

8. Quanto tempo dura um tratamento ortodôntico? Posso ficar anos de aparelho?
Geralmente um tratamento dura por volta de 30-36 meses. Um contrato especificando o tempo deve ser fornecido no início do tratamento. Depende da complexidade do caso, idade do paciente, colaboração...

9. Os tipos de aparelho possuem valores diferentes?
Sim. Os estéticos (porcelana e safira) são mais caros que os autoligados metálicos que são mais caros que os tradicionais metálicos. Cada profissional tem seu preço que depende também do fornecedor do material.

10.  Depois que tirar o aparelho fixo, tenho que usar outro, o removível?
Sim. Todos os que usam aparelhos fixos devem usar um aparelho removível de contenção cujo tempo o ortodontista irá determinar conforme tenha sido o problema anterior. 
Geralmente contenção fixa inferior (leia: Contenção Ortodôntica) e contenção removível  superior. Mas pode ser contenção fixa superior e inferior ou removível superior e inferior. Depende do profissional.

11. Esse aparelho pode ser cobrado? Tem manutenção?
O aparelho de contenção  sempre é cobrado, pois há muitos gastos para confeccioná-lo. Quanto á manutenção, depende do acordo profissional/paciente.


Perguntas são necessárias para um bom tratamento. Pergunte sempre. O bom dentista terá prazer em respondê-las.








Seja feliz!


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Sexo oral e Odontologia

Você sabe o que é HPV? É o vírus do papiloma humano.  Chama-se papiloma por causa do formato, por isso também pode ser chamado de verruga digital, crista de galo figueira ou cavalo de crista. É uma DST (Doença Sexualmente Transmissível).


Em uma década, dispararam no país os casos de câncer de boca e orofaringe relacionados à infecção por HPV (papilomavírus humano), transmitidos por sexo oral.
O índice de tumores provocados pelo vírus é três vezes superior ao registrado no fim da década de 1990. Não há um aumento do número total de casos, mas sim uma mudança no perfil da doença.

Antes, cânceres de boca e da orofaringe (região atrás da língua, o palato e as amígdalas) afetavam homens acima de 50 anos, tabagistas e/ou alcoólatras.
Hoje, atingem os mais jovens (entre 30 e 45 anos), que não fumam e nem bebem em excesso, mas praticam sexo oral desprotegido.
Uma recente análise publicada no periódico "International Journal of Epidemiology" mostra que, quanto maior o número de parceiras com as quais pratica sexo oral e quanto mais precoce for o início da vida sexual, mais risco o homem terá de desenvolver câncer causado pelo HPV.



No Hospital A.C. Camargo (Hospital do Câncer), em São Paulo, 80% dos tumores de orofaringe têm associação com o papilomavírus. Há dez anos, essa associação existia em 25% dos casos.

O HPV já está presente em 32% dos tumores de boca em pacientes abaixo dos 45 anos ""antes, o índice era de 5%. Por ano, o hospital atende 160 casos desses tumores.
"O aumento dos tumores por HPV é real, e não porque houve melhora do diagnóstico. Os casos relacionados ao tabaco vêm caindo, mas o HPV está ocupando o lugar", diz o cirurgião Luiz Paulo Kowalski, do A.C. Camargo.


No Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), 60% dos 96 casos de câncer de orofaringe atendidos em 2010 tinham relação com o HPV. As mulheres respondem por 20% dos casos.


"Começa-se a notar um maior número de mulheres com esse câncer, por causa do sexo oral desprotegido", diz o oncologista Gilberto de Castro Júnior, do Icesp.

No Hospital de Câncer de Barretos, no interior paulista, casos ligados ao HPV respondem por 30% dos cânceres da orofaringe, um aumento de 50% em relação à década passada, segundo o cirurgião André Lopes Carvalho.
"A maioria dos nossos pacientes tem o perfil clássico, de homens mais velhos que bebem e fumam. Mas estamos percebendo uma virada." O Inca (Instituto Nacional de Câncer) desenvolve seu primeiro estudo sobre o impacto do HPV nos tumores orais. Segundo o cirurgião Fernando Dias, coordenador da área de cabeça e pescoço do instituto, o HPV de subtipo 16 é o que mais provoca câncer da orofaringe.

"O HPV está criando um novo grupo de pacientes. Por isso, é preciso reforçar a necessidade de fazer sexo oral com preservativo." O Inca estima que, por ano, o país registre 14 mil novos casos de câncer de boca.
Segundo os especialistas, a boa notícia é que os tumores de orofaringe relacionados ao HPV têm um melhor prognóstico em relação àqueles provocados pelo fumo.
Paulo Kowalski afirma que eles respondem melhor à quimioterapia e à radioterapia e, muitas vezes, não há necessidade de cirurgia.

VACINA
A vacina contra o HPV não é aprovada para homens no Brasil. Nos EUA, onde foi liberada, a imunização masculina não protege contra o HPV 16, o tipo que mais causa câncer de boca e de orofaringe.
No Brasil, só mulheres entre 9 e 26 anos têm indicação para a vacina contra quatro tipos de HPV, entre eles o 16. Mas a imunização só existe na rede privada, ao custo médio de R$ 900.




Observação importante:  O HPV pode ser transmitido por via sexual (anal - oral - vaginal) e também por via não sexual, através de objetos contaminados tais como toalhas, roupas íntimas, aparelhos médicos sem esterilização adequada, assentos de banheiros, etc. Não se sabe quanto tempo o vírus sobrevive fora do corpo, mas há esses possibilidades de contágio.
Também pode ser transmitido de mãe para filho na gestação e na hora do parto.

Qualquer alteração bucal, procure um dentista de sua confiança!